Patápio

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Ponto 5 do Percurso Vidas
Ponto 7 do Roteiro Geral

Patápio foi o primeiro instrumentista a gravar um disco solo no Brasil. O flautista celebridade chegou em Florianópolis dia 12 de abril de 1907 com concerto marcada para dia 18, no Clube 12 de Agosto, que se localizava aqui.

Legenda: Início da Rua João Pinto, à esquerda o Club Doze de Agosto em 1905

Seguir a carreira de músico era uma das poucas possibilidades para os jovens que vinham de famílias pobres. Patápio era mulato, de origem humilde, nascido em Itaocara (RJ) e criado em Cataguases (MG). Passou pelo Instituto Nacional de Música do Rio de Janeiro onde se destacou como compositor e músico.

Legenda: Patápio Silva

Em Florianópolis, Patápio se hospedou no Hotel do Comércio, localizado na Rua Altino Correia, atual Conselheiro Mafra. Ali, realizou ensaios acompanhado de outros músicos locais, como Maria Sales, Luiza Couto, Leonie Lapagesse e o maestro Adolfo Melo.

Legenda: Rua Altino Correa em 1905

Na chuvosa e tempestuosa noite de gala do concerto, quem estava se preparando foi surpreendido pela notícia que não haveria mais espetáculo. Patápio havia sofrido um mal-estar repentino e o evento seria adiado. Não imaginariam que as duas horas da madrugada, ao invés de estar no palco, Patápio estava morto.

A notícia comoveu a cidade pela manhã. Os boatos foram que um jovem rapaz em pleno vigor só podia ter sido envenenado, no bocal da própria flauta, por um político local interessado na bela mulher que o acompanhava em turnê. Ela era Lady Mafaldi, uma atriz e cantora italiana. Ninguém sabe até hoje do que morreu o flautista, mas provavelmente o relacionamento entre Patápio e Lady Mafaldi causou estranheza na pequena população conservadora de Florianópolis, afinal, ela era uma mulher branca e ele um mulato.

Legenda: Vista da Cidade em 1900

Foi realizado um cortejo para levar o corpo de Patápio, do Hotel do Commercio até o Cemitério Municipal. Seus restos mortais foram exumados em 1915, remetendo eles à família que o sepultou no Cemitério de São francisco Xavier, no Rio de Janeiro.


Próxima parada

Caso você tenha chegado aqui agora e quer continuar descobrindo histórias da cidade, você pode escolher fazer o Roteiro Geral ou o Percurso Estruturas, indicados. Para conhecer mais sobre o projeto, clique aqui.

Se você está seguindo as pistas do Roteiro Geral, vamos da diversão do começo do século para a contracultura dos anos 1970. Para descobrir o próximo ponto:

Vá até a Praça XV e suba na calçada dela ao lado da Rua dos Ilhéus até a altura da Casa de Câmara e Cadeia. Ali, procure num poste o próximo ponto do roteiro geral.

Se você está seguindo as pistas do Percurso Vidas, conheceremos senhoras que provavelmente frequentariam o elitizado Clube 12, caso estivessem vivas ainda. Para descobrir o próximo ponto:

Siga reto toda vida na Rua João Pinto. No final da rua, quase na esquina com a Avenida Hercílio Luz, procure num poste à esquerda o próximo ponto do percurso vidas.


Este texto foi elaborado com base nas seguintes pesquisas:

Patápio Silva: trajetória do flautista interrompida em Florianópolis, por Maurício Oliveira publicado em História Diversa, africanos e afrodescendentes na ilha de Santa Catarina

Almanaque do Choro, livro por André Diniz, publicado em 2003

Ilha de Santa Catarina, livro iconográfico por Gilberto Gerlach publicado em 2015, Tomo I e II